domingo, 1 de maio de 2011

Cipó Suma –Anchietea salutaris Saint-HiIaire

Revista da Flora medicinal -1937 – Farm. Oswaldo de Almeida Costa

Também conhecida com o nome e Piraguaia. Paraguaia, Pereiguar, significa bom para pele, Puruuara, Piraguara Pirigaia, Cipó de Carneiro

Esta Planta cujo nome científico foi dado em homenagem ao missionário jesuíta, Anchieta, era usada pelos índios na época dCipó Sumáo descobrimento.

A raiz é a parte mais ativa da planta, sendo também usados pelo povo, as folhas e o caule.

Quem primeiro analisou esta planta foi Theodoro Peckolt em 1859, que dela extraiu, um princípio ativo básico cristalizado que denominou anchietina. Em investigações posteriores, aperfeiçoou o processo de extração. O trabalho resulta em cristais amarelos, pouco solúvel em água e insolúvel no éter.

As raízes contem bastante amido, substâncias péticas e resinosa.

Segundo a Farmacopéia 1929 são consignadas apenas duas preparações: extrato fluido e tintura.

O seu emprego segundo Peckolt nas escrófulas, erisipelas, afecções de garganta e laringe especialmente em doenças de caráter hepético. Como depurativo nas afecções cutâneas, feridas, etc., usa-se o decoto da casca da raiz na dose de um cálice pela manhã e outro a noite.

O xarope que se prepara com o extrato fluido é recomendável para uso das crianças na dose de três colheres de chá três vezes ao dia.

A tintura pode ser utilizada na dose de duas colheres de sobremesa 2 vezes ao dia, para adultos. Como laxativo pisam-se as cascas frescas com açúcar e toma-se com um pouco de água. É aconselhado como eficaz no tratamento da coqueluche, na dose de uma colher de chá do xarope quatro vezes ao dia

No caso de emprego da planta contra a Lepra: atua rapidamente sobre as lesões sifilíticas da pele, porém, não parece ter ação sobre as manifestações leprosas.

As folhas e as cascas frescas da raiz pisadas, são ainda aplicadas, sob a forma de cataplasma, sobre a feridas crônicas.

domingo, 24 de abril de 2011

Jaborandi - Pilocarpus Pennatifolius, Lem. Da Sicilia

Revista da Flora Medicinal- Abril 1944 Dr. Antônio Imbesi

Os Jaborandis, constituem até este últimos tempos uma droga oficjaborandiinal inscrita em diversas farmacopéias, é uma Rutácea do Brasil e do Paraguai, usada nestes países há muito tempo por suas propriedades sialagogas e diaforéticas. A droga foi mencionada pela primeira vez por Guilherme Pison em seu livro, onde ele procura dar a conhecer ao novo mundo a droga observada em sua expedição ao Brasil, juntamente com Maurício de Nassau.

A droga foi introduzida na Europa em 1874, pelo Dr Coutinho que havia feito frequente uso dela e a anunciava como um “sudorífico verdadeiro”. O Dr Coutinho não leva consigo senão algumas folhas da planta das quais foram enviadas amostras a Baillon em janeiro de 1875 que, com a ajuda de poucos elementos imperfeitos, chega a determinar o gênero e até a espécie . Ele, então, atribuiu-as ao Pilocarpus pennatifolius Lemaire da família das Rutaceas, tribo das Zanthoxylle, que, Fluckiger e Hanbury informavam que há longo tempo já era cultivada na estufa do Museu de Paris, no Jardim de Kew, e indubitavelmente ainda em outros Hortos botânicos da Europa, Planchon em sua “História Natural da Droga Simples” , 1876, escreve que há poucos anos esta planta fora transplantada para algum Horto botânico e que o Museu de Paris não possuía nenhum exemplar vivo.

O “Pilocarpus pennatifolius” que cresce em nosso clima é um arbusto de rápido desenvolvimento e que, pode alcançar a altura de 6 a 7 metros, diferindo do que cresce no Brasil, onde, alcança em média um metro e meio a dois metros.

O tronco é ramoso, arredondado, com ramos eretos ascendentes; casca de cor castanho, facilmente destacável.

As folhas são alternas, estipuladas, compostas, imparimpinadas, geralmente de dois a três pares de folículos opostos.

As flores dispostas em inflorescências de racimos terminais de comprimento de 40 a 50cm. O eixo desta inflorescência é cilíndrico-cônico, com superfície rugosa no sentido do comprimento.

Indicações Terapêuticas: Tonica,diaforética, sialagoga, contra afecção catarral(via respiratória, bronquite, asma úmida, edema, pleurisia, pneumonia, difteria, nefrite aguda, "mal de bright" (f.congestivas), hidropisia renal, intoxicação, diabete pancreática, para diminuir açúcar urinário, doença de pele, hiperidroses gerais, hiperidroses locais, oftálmica

JABORANDI (Pilocarpus jaborandi): Tem como princípio ativo o alcaloide Pilocarpina, que age nas glândulas salivares e sudoríferas. Estimula as secreções gástricas, por isso é um ótimo digestivo. Seu princípio ativo já é largamente usado pela indústria de medicamentos no tratamento do glaucoma. Era utilizado no passado para aguçar o faro de cães de caça. Também indicado no tratamento de doenças do aparelho respiratório. Vários xampus trazem o jaborandi em sua fórmula, tido como um poderoso aliado na luta contra a queda de cabelo. Há anos, a planta vem sendo extraída em grandes quantidades para uso de laboratórios estrangeiros. Suas folhas são usadas nas afecções reumáticas, artrite, gota, hipertensão arterial e no tratamento de desordens respiratórias.

domingo, 17 de abril de 2011

Alecrim do Campo - Lippia Thymoides – Mart et Schauer

Oswaldo Almeida Costa e Virgilio Lucas – Revista da Flora Medicinal Jan 1945

O Alecrim do Campo é usado empiricamente pelo povo. A ação farmacodinâmica e terapêutica é desconhecida. Porém os usos populares das plantas, nos tratamentos das numerosas doenças são os únicos índices ou a orientação que ainda podemos ter seu estudo, visando as verdadeiras terapêutica e os efeitos curativos.

Nos estados do Nordeste o povo emprega sob a forma de infusos internamente, ou sob a forma de banhos no tratamealecrim-do-camponto da gripe, como calmante, nas congestões e no reumatismo.

Martius (16) “Refere-se a esse vegetal classificando suas folhas como aromático-mucilaginosa, e acrescentando que a “infusão das folhas e das flores é frequentemente usada nas afecções catarrais; e que os banhos feitos com as folhas, já por Pisão foram elogiados para reumatismo.

Segundo Mello Morais a aplicação terapêutica do “Alecrim do Campo”:

“Pisada a planta com as folhas, extrai-se o suco, o qual misturado com a água, aplica-se em clisteres, aos enfermos de febres malignas. As flores dentro de um frasco, com um pouco de açúcar cândi, e posto ao sol, por algumas horas, o líquido que aparece, aplicado aos olhos dá o mesmo resultado, curando também as belides. Tem excelente propriedade de fortalecer as partes esquecidas pelo estupor; cura as deflexões do peito fraqueza da cabeça, dos ouvidos e olhos; também aplicam nos tratos de ventosidade. O seu emprego é em forma de chá, tomando-se com açúcar, pela manhã em jejum.”

Pio Correa (5) – No seu “Dicionário das Plantas Úteis do Brasil diz: Alecrim do Campo: as folhas são aromáticas e passam por ante-reumática: as flores são mucilaginosas, usadas nas afecções catarrais: os frutos são tônicos e estimulantes; o suco é febrífugo. Esta planta já teve grande reputação para combater outras moléstias.”

É um vegetal largamente empregado nas praticas religiosas.

domingo, 10 de abril de 2011

Saião - Kallanchoë Brasiliensis , (Vell) Camb

Virgilio Lucas e Othon Machado, Revista da Flora Medicinal 1947

Partes Usadas: Folhas e Caules Frescos. Mais frequentemente é empregado o suco extraído por contusão e compressão dessas partes da planta.

Sinomia vulgar: Coerana, Pernambuco; Para tsaiaoudo e Folha Grossa, Alagoa e Ceará; Erva ou Folha da Costa, Bahia; Fortuna de flores amarelas.

Habitat: é planta perene encontrada em todos os estados. Vegeta nos lugares não muito secos, porém ensolarados.

Época da Colheita: De setembro a dezembro são os meses em eu o Saião adquire o máximo de desenvolvimento, sendo esta época que mais convém ser colhido para uso medicinal.

Conservação: A planta só é empregada em estado fresco, devendo ser colhida e logo manipulada e usada. No frio, geladeira, se conserva em bom estado durante vários dias. A planta dessecada não tem emprego, não sendo usada em tal condição pelo povo.

Extração: Os caules e folhas do vegetal, pós lavagem em água corrente, são cortados em pequenos pedaços e contundidos em pilão de madeira ou em grande gral de porcelana ou de pó de pedra, até completo esmagamento. A seguir é coado por expressão através de um pano de algodão ou lã, até extrair o máximo do líquido. A expressão não pode ser feita em prensa metálica por encerrar tanino. Deve, por isso, ser evitado o contato do suco com recipientes metálico.

Emprego: É usada em úlceras do estômago e duodeno usando o Saião em forma de salada e também em reumatismo articular.

Theodoro Peckolt em sua obra “Plantas Medicinais e úteis do Brasil” diz: “ é Oficinal, muitas vezes usada com remédio popular. As folhas frescas fervidas com igual peso de água são usadas como diurético na febre amarela,icterícia, afecções do fígado. As folha socadas sob a forma de cataplasma com farinha de mandioca são empregadas nas inflamações eczematosas, furúnculos, abscesso e prostatites para acalmar a dor e fazer supurar. Sem a fina película é empregada como sedativo nas cefalalgias. O decoto é usado em banhos nas inflamações linfáticas.”

Chernoviz Formulário – 18ª edição diz: “as folhas dessa planta servem no curativo de varias feridas.”

Caminhoá – 3ª volume – Botânica Sistemática: “Usa-se o suco no tratamento das feridas e queimaduras e contra calos”.

Melo Moraes – Fitografia da Botânica Brasileira, diz que: “é empregada em medicina vulgar, em banhos, nas afecções erisipelatosas das pernas.”

Na Bahia, onde é conhecida sob o nome de Folha da Costa, é muito usada contra a erisipela, queimaduras e inflamações.

O suco da planta é indicado contra frieiras; o cozimento e banhos, nos ingurgitamento linfáticos. As folhas frescas, nas dores de cabeça

domingo, 3 de abril de 2011

Brusfelsia hopeana ,(Hooker) Benth

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa. Revista da Flora Medicinal

Sinomia Vulga: Manacá da Serra, Gerataca ou Jerataca, que significam na língua dos índios, remédio contra mordedura de cobra. Camgaba – Camgambá que significa árvore de gambá (por causa do cheio semelhante ao desse animal), que possuem as raízes da planta- Umbura-puama, árvore remédio; Flor da Quaresma; Flor de Natal, Santa Maria; Manjá, Jasmim do Paraguai, Mercúrio dos pobres, Mercúrio Vegetal e Boas Noites. MANACA-DA-SERRA-04

Composição Química:  A primeira investigação sobre a composição química do manacá deve-e a W. Lascelle-Scoot, que isolou um alcaloide por ele denominado francisceina. Peckolt retirou do manacá uma substância amorfa, de cor branca amarelada, que denominou brunfelsina, insoluvel no éter de petróleo, benzol, clorofórmio, éter sulfúrico e éter acético; solúvel no álcool metílico e na água precipitado de sua solução pelo cloreto de ouro, cloreto de paládio, solução iodo-iodurada e pelo sublimado. A manacina em solução na água se desdobra pelo aquecimento prolongado em manaceina, em uma substância resinosa e em uma terceira substância fluorescente que Brand obteve sob a forma cristalina e determinou como sendo a esculentina. A parte da planta mais rica em alcaloide é a casca da raiz.

Toxidez: Brand verificou ser esta planta um toxico tetanizante. O primeiro  sintoma de intoxicação, é um tremor de cabeça peculiar, ao qual em breve sobrevém tics e contrações mais rápidas de alguns músculos faciais isolados, ainda mesmo quando a dose ingerida não seja mortal. Coelhos e cobaias mudam com frequência de posição estando sentados; a seguir têm dejecções (urina e fezes) e os animais lambam-se continuamente, denunciando ter começado o fluxo de saliva, a que se segue dentro em pouco  tempo forte secreção lacrimal. O ritmo respiratório, acelera-se e torna-se irregular. As contrações musculares, estendem-se a todo corpo e se exacerbam ao toque. Em doses francas, de 0,04 a 0,05grs por quilo aparecem todos esses sintomas, mas os animais se restabelecem completamente depois de um período de  a 5 horas de intoxicação.

“Baena diz que a raiz do Manacá é empregada pelos índios, para produzir delírio furioso ou mesmo loucura persistente. Em alta dose produz escurecimento da vista, confusão de ideias, delírio inconstante e tremores”.

Segundo Martius em algumas tribos do interior do Amazonas, seu extrato serve para envenenar flechas.

Tomando-se banhos ou bebendo-se sua infusão, esta produz salivação abundantíssima, e ulcerações da mucosa bucal. Dr Capanema

Emprego medicinal: A infusão é geralmente usada como diurético, diaforético e ante-sifilítico, e segundo Melo Oliveira o Manacá é um poderoso excitante do sistema linfático.

As folhas deste vegetal que foram primitivamente usadas como antídoto nos casos de mordedura de cobras são ainda hoje usadas em decoto como diurético e em uso local em compressas e em lavagens no casos de eczemas e tumores sifilíticos.

domingo, 27 de março de 2011

Piper aduncum Velloso

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa (Revista da Flora Medicinal)

Sinomia Vulga: Matico- Falso; Pimenta de fruto gancho; Aperta Ruão, Tapa buraco

Sinomia Científica: Piper cellidifolium, H.B.K

Composição Química: Verificamos a presença de uma substância resinosa, e um princípio cristalizável perfeitamente semelhante ao ácido artanico e uma substancia amarga, amorfa, possivelmente a maticina.Piper-aduncum

Emprego medicinal: As folhas do Aperta Ruão podem substituir as de matico em todas as suas indicações, assim é que são elas usadas como adstringente, hemostático e antiblenorrágico. Segundo Peckolt seu cozimento é utilizado em banhos nas hemorroidas nas afecções reumáticas e nos curativos das ulceras; as mulheres usam para tonificar os órgãos genitais. Emprega-se ainda a infusão de 10 a 30grs das folhas frescas em 250ml de água na dose de alguns cálices por dia no tratamento das disenterias e diarreias e dizem ter usado com proveito outrora no tratamento d cólera-marbus. O infuso aquoso feito com 15% destas folhas, é empregado em lavagens uretrais no tratamento da gonorreia e leicorreia. O emplasto preparado com as folhas frescas contundidas é empregado pelo povo no tratamento das hérnias infantis; e o pó das folhas secas é um poderoso hemostático.

Empregam-se ainda os frutos, como diurético e antiblenorrágico e o cozimento da raiz como desobstruente.

domingo, 20 de março de 2011

Pipi ou Erva da Guiné

Revista de Medicina e Farmácia 1925 – Rodolpho Albino Dias da Silva

Petiveria tetrandra Gomes.

A parte mais ativa desta planta é a raiz, sabemos que o povo também usa as folhas, que possuem um aroma fracamente aliáceo, que comunica ao leite das cabras, quando comida por elas;

Nas raízes Theodoro e Gustavo Peckolt acharam óleo essencial, um principio ativo que nomearam de Pitiverina e um ácido resinoso.

O óleo essencial é de cor amarelada, de sabor fortemente acre e picante e de Roma particular, canforaceo, e não contem enxofre.

A petiverina é uma substância amorfaGuine amarelada, pulverulenta, inodora, de sabor fortemente amargo, picante; é solúvel no ater, no álcool, na água acidula e pouco solúvel na água fervente. Seu soluto precipita pelos cloretos de platina de ouro e pelo ácido tânico.

Pode ser obtida, segundo seus descobridores, tratando-se o extrato alcoólico da raiz pela água fervente, filtrando-se, eliminando-se o excesso de chumbo do filtrado pelo hidrogênio sulfuretado, filtrando-se novamente e evaporando-se até consistência xaroposa. Trata-se então o líquido xaroposo e pelo álcool absoluto, separa-se este, destila-se e vascoleja-se o resíduo xaroposo com éter, evapora-se o soluto etéreo espontaneamente e purifica-se o resíduo dissolvendo-o repetidas vezes no éter.

O ácido resinoso tem consistência de terebintina, cor pardacenta, sabor picante e aroma fortemente canforaceo e um tanto aliáceo, da raiz fresca.

Propriedades Terapêuticas

A raiz de Guiné é empregada como estimulante na paralisia, sudorífera e alexifera. Em altas doses é abortiva. É toxica, provoca envenenamento quando ministrado em pequena doses.

sábado, 12 de março de 2011

Hovenia Dulcis, Thunb

 

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa, Revista da Flora Medicinal

Caju Japonês, Unha de macaco, Caju do Mato groso e Caju do Para, Uva Ursina

È planta exótica, originaria da China, Japão e Nepal, hoje perfeitamente aclimatada no Brasil, onde foi introduzida em 1908 por ocasião da Exposição Nacional do Rio de janeiro pelo cônsul grego Ottonn Leonardo. Hoveniadulcis

Rica em sacarose. Por isso seu pedúnculo é muito apreciado pelas crianças.

Além de seu uso para fins alimentares dos pedúnculos, são eles empregados para extração de suco cuja fermentação alcoólica produz um vinho bastante apreciado. Caminhoá, diz serem ainda empregados em medicina como ante-asmáticos, os pedúnculos ou eixos florais hipertrofiados. A casca desta árvore é usada nos países de origem no tratamento das afecções intestinais. Seria interessante que se fizessem estudos a respeito de eu emprego como sucedâneo da cascara sagrada e da casca de frangula, dada a facilidade de aclimatação desta planta entre nós, teríamos assim, um sucedâneo daquelas drogas. A madeira é usada na construção.

terça-feira, 8 de março de 2011

Sapucainha

Rodolpho Albino Dias da Silva

O povo emprega a polpa do fruto de Sapucainha como peitoral, e os frutos verdes contusos são usados em lavagens para matar insetos nos animais.

As sementes reduzidas a pasta são empregadas externamente contra diversas afecções da pele; o óleo, que delas se extraem, é também muito usado vantajosamente para os mesmos fins.

Dada a identidade da composição química do óleo de sapucainha como o de chaulmoogra, a sua ação terapêutica, logicamente só pode ser a mesma.

Sua ação específica contra o bacilo da lepra realiza-se a custa dos seus ácidos graxos não saturados, isto é, dos ácidos chaulmoogrico e hydnocarpico.Sapucainha

Essa ação, em sua complexidade pode ser desdobrada em três propriedades: ação especifica direta; ação estimulante das lipases sanguíneas; ação imunizantes secundaria, pelo maior poder antigênico dos germes particularmente privado de sua substância céreo-gordurosa protetora.

Formas Farmacêuticas

O óleo de sapucainha em natureza, como o de chaulmoogra, é mal tolerado pelas vias digestivas, provocando frequentemente anorexia, dores gástricas, náuseas e vômitos.

As injeções intramusculares também não são bem toleradas e as endovenosas ocasionam, as vezes, reações de certa gravidade, como acessos de tosse, opressão  respiratória, com acentuada dispneia e cianose, e no fim de algumas horas forte reação térmica.

Os ácidos graxos livres também tem sido empregados por via oral, na dose de 0,5 a 1gr em pílulas. Melhor tolerados são os sais sódicos, (sabões) desses ácidos, por via gástrica, na dose de 0,5 a 1,5grs, em pílulas, comprimidos ou capsulas gelatinosas. Esses sabões também são empregados por via endovenosa em soluto a 3% de citrato de sódio, em injeções espaçadas de 3 a 5 dias, começando-se com 0,2cc. e aumentando-se lenta e progressivamente até a dose máxima de 5 cc.

As injeções intramusculares dos sabões sódicos são dolorosas,provocam empastamento muscular e são de efeitos muito mais lentos do que as injeções endovenosas.

O sabão de cobre dos ácidos totais da sapucainha (Carpotrochato cuprico), preparado pelo farmacêutico Paulo Seabra, em hidrosol coloidal foi empregado por Belmiro Valverde, sendo os seus resultados clínicos confirmados pelas observações do professor Fernando Terra.

A forma mais ativa, porém, é melhor tolerada, são os ésteres etílicos dos ácidos graxos, os quais foram pela primeira vez preparados, entre nós.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Triste História da Flora Fluminense

Almanak Agrícola Brasileiro 1922

Existindo na Biblioteca pública o Rio de Janeiro o manuscrito da Flora Fluminenses, acabado em 1790, por Frei José Mariano da Conceição Veloso, religioso Franciscano, natural de Minas Gerais, nascido em 1742, pertencente ao convento de Sano Antônio do Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 14 de junho de 1811, jaz sepultado em urnas das carneiras do claustro do seu convento, em cuja obra colaboram Freimss1095062_109 001 Francisco Solano, Frei Antônio de Santa Ignez, Francisco Manoel da Silva Mello, José Corrêa Rangel, José Aniceto Rangel, João Francisco Xavier, Joaquim de Souza Marcos, Firmino José do Amaral, José Gonçalves e Antônio Alvares, habilíssimo pintor, aconteceu que tomando conta da Biblioteca pública do Rio de Janeiro, Frei Antônio de Arrabida, mestre e valido do primeiro Imperador, encontrasse ali, o precioso manuscrito da Flora Fluminense, mandado fazer pelo benemérito vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza, depois visconde de Figueiró, que se empenhava, pelo engrandecimento e esplendor da capital do Rio de Janeiro;o qual emprestou ao sábio religioso e naturalista brasileiro, todos os auxílios, para que terminasse tão grandiosa obra.

Francisco Antônio de Arrabida, entusiasmado por ter achado o preciosos manuscrito tão gabado pelo sábios, que julgava perdido depois de o ler e corrigir, e confiá-lo a revisão do sábio Dr. João da Silveira Caldeira conheceu completo, quanto as estampas; porém viu que lhe faltavam algumas descrições; mas não obstante reconhecendo que era digno de publicidade, pela importância do assunto, e bem acabado do trabalho; aconselhou ao governo imperial, de mandar imprimir a obra; e muito se empenhou, para que ela aparecesse como desejava; mandando-se a Paris os desenhos, para serem litografados na oficina de Lasteyrie, como a mais conceituada do tempo. Enquanto se aprontavam as estampas, Fr. Antônio de Arrabida, depois bispo de Anemuria, fazia imprimir na Tipographia Nacional, o texto latino em 1825. O que não resta dúvida, é que, se mandando as estampas para França, deu-se começo em Paris ao trabalho da gravura, montando-se ali, uma repartição, onde o Estado despendeu um milhão de cruzados, afim de divulgar o precioso monumento, que tanta gloria nos dava.

Acabada a obra, consta que mandaram ao Rio de Janeiro 500 exemplares; ficando em Paris 1.500; os quais, não sendo reclamados, foram entregues, não sei a quem, e dos quais salvaram-se algumas coleções; e por fim, se reconhecendo que essas estampas não eram mais procuradas, foram vendidas ou dadas, ao chapeleiro que fornecia barretinas, para o exército Frances, o qual forrou com as estampas, as que estava fazendo para os soldados do exército.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Sapucainha e suas propriedades medicinais

Almanaque Agrícola Brasileiro, 1922 – Waldemar Peckolt

As “amêndoas”, têm sabor que lembra o das nozes, podem ser comidas cruas, assadas ou cozidas, prestando-se também para a confecção de doces saborosos, por processo igual aos das nozes e amêndoas. Uma vez cultivadas intensivamente, a produção d suas sementes, pode ser utilizada para auxiliar a alimentação dos suínos e a sua engorda , por ser ótimo alimento de poupança e reserva, além de seu sabor agradável; a outros animais pode também ser distribuída.

Dizem os sertanejos e “curiosos”, que aos cavalos e ao gado, essas sementes dão brilho ao pelo , expelem os vermes intestinais, purga-os, segundo a dose, e , curam os cursos diarreicos. Aos cães é usado em fricção no tratamento da sana, e , internamente, com as sementes socadas cura as “câimbras do sangue”.Sapucainha1

A Sapucainha fornecem alguns contingentes para a medicina popular: as suas cascas, são usada como adstringente, sob a forma de cozimento e infusão, no tratamento das diarreias; as suas folhas, em chá ou infusão, na dose de 3 a 4 xícaras por dia, são usadas como tônicas cardíacas e diuréticas. O seu fruto é aparte mais utilizada; as sementes ou amêndoas, cruas, constituem um purgativo, suave e catártico, na dose de 3 a 4 inteiras ou socadas, são tidas também como afrodisíacas.

O seu óleo, sucedâneo do óleo de amêndoas doce, é empregado com os mesmos fins, mas a sua ação purgativa, é suave e intensa, na dose de 30 a 60grs para os adultos e na dose de 10 a 40grs, para as crianças; externamente, ainda é usada em fricção no tratamento de algumas moléstias da pele; presta-se bem ao fabrico de sabonetes, considerados bastante úteis para amaciar e embelezar a pele; ainda ser na confecção de emplastos, cataplasmas e linimentos, como resolutivo, ou em substituição ao óleo de amêndoas doce. Esse óleo é obtido por expressão das sementes, com o fim de lubrificar os cabelos.

O perisperma que envolve as amêndoas, é amargo e tânico; a sua tintura ou alcolatura é usada frugalmente, e muitas vezes associados as sementes inteiras, no tratamento das disenterias, diarreias acompanhadas de sangue, nos catarros intestinais agudos e crônicos; nas moléstias do fígado favorecendo o fluxo biliar; em algumas hemorragias, nos enfartamentos ganglionares e dizem os “mesinheiros”, que também, em algumas moléstias do coração. Este fato precisa de observação apurada, que pretendemos fazer.

A cuia ou caçamba da Sapucainha é também usada pelo vulgo e “mesinheiros”, com fins medicinais, pois dizem que a “água dormida”, nesta caçamba e tomada em jejum, cura as prisões rebeldes do ventre, servindo também para as moléstias do estomago, o que é explicável, pelo simples fato de prestar-se a este fim, a água pura, tomada em jejum.

A crendice popular aconselha ainda o uso daquela “água”, para amaciar a pele e tirar as manchas da sarda, o que afinal não passa de um empirismo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Sapucainha e suas propriedades

Almanaque Agrícola Brasileiro – 1922 - Waldemar Peckolt

Dentre as árvores completas, isto é, cujos elementos são todos aproveitáveis, cresce em nossas florestas a Sapucaia, árvore brasileira que por si só reúne diversas e diferentes propriedades; ela presta reais serviços à indústria, à medicina, ou simplesmente aos usos domésticos rudimentares. Esta Leythidacea, outrora incluída no grupo das Myrtaceas, conserva ainda o seu gênero Lecythis, dele fazendo parte, grande número de espécies brasileiras, que habitam em estado silvestre, as nossas florestas e matas, e conhecidas vulgarmente por Sapucaia.Sapucaia arvore

Sapucaia ou Sapukaiá, origina-se por corruptela do aborígene Sopia-aiacá, passando a Jaca-pucaya,chegando posteriormente a Sapucaya, ou simplesmente Sapucaia, ainda chamada Sabucaia; mas cuja significado indígena, é a mesma expressa no gênero dessas plantas, “cumbuca”, “fruto de cumbuca”. O seu nome genérico, igualmente explica o feitio de seu fruto, Lecythis, origina-se do grego, e significa “frasco”, “vaso”, adaptação perfeita de um dos seus caracteres morfológicos.

Essas árvores, são ainda conhecidas vulgarmente, por “Cumbuca de macaco”, “Cumbuca do mato”, “Marmita de macaco”, “Árvore de caçamba”, “Caçamba do mato”.

A Sapucaia, ou melhor as Sapucaias, pois numerosas são as suas espécies, apresentam todas, propriedades análogas, com significante variedade, sendo muito estimada como árvore de real utilidade; o seu cerne é considerado “madeira de lei”; as suas cascas, fornecem abundante fibras têxteis; o líber que é papiraceo, presta-se no interior, a suprir, em sua falta, a palha de milho para a confecção de cigarros; o fruto, todo ele é aproveitável; a “caçamba” serve de marmita, copo ou vaso, além de certas particularidades; a sua polpa é comestível e medicinal; as suas sementes, de ótimo paladar, prestam-se a extração do óleo, para usos industriais e culinários, além de medicinai; como alimentoSapucaia de regalo, ou de poupança são muito apreciadas; as suas folhas, reduzidas á cinzas, formam um bom adubo, sendo ainda medicinais, as raízes gozam de fama de medicina mezinhe- ira.

Vemos pois, quão útil é esta árvore que jaz abandonada em estado nativo anseio das nossas florestas, encerrado consigo o segredo da sua imensa fortuna!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Plantando Mate

Almanaque Agrícola Brasileiro – 1921-Peckolt Gustavo

Logo que a planta atinge a altura de 15 cm, mais ou menos, é transplantada para um terreno ligeiramente úmido, distante os pés uns dos outros três a quatro metros, sempre cuidadosamente resguardados dos raios solares e abrigados sob outras árvores. Estas plantas requerem,para o seu desenvolvimento, clima temperado e desde que cheguem a atingir dois metros de altura, se libertam da proteção das outras árvores que se resguardavam do sol, até este ponto.

Com quatro anos o mate já fornece boa colheita, mas deve , com tudo evitar-se a apanha total das folhas; e das que estão situadas na parte central da planta, ao fim de janeiro, já se pode obter, de cada exemplar, 30 a 40 quilos de folhas.

A planta cultivada não alcança geralmente tão elevada altura quanto a que cresce nas florestas.Erva Fina

A boa qualidade do mate depende da época da sua colheita, e, por consequência, há necessidade de se fazer a colheita quando seus frutos estiverem quase maduros.

Na Argentina e no Rio Grande do Sul se faz a colheita das folhas depois do mês de fevereiro e, geralmente até os fins de julho.

Nos ervais do Paraná e de Santa Catarina , a colheita é feita de 10 de janeiro a 15 de setembro, e , no Paraguai, de março a setembro.

Para obter boa colheita, é necessário que as folhas não estejam molhadas e, por isso, é preciso colher entre 9 e 5hs da tarde, quando o sol está de fora.

Nos lugares onde o mate é muito  comum nas florestas, os seus coletores ou tarefeiros, partem um mês antes da colheita, em caravanas, com suas famílias para o sertão; aí arrumam suas barracas e entregam-se à colheita do mate. Feita esta geralmente, passam sobre o fogo os galhos e pequenos ramos, que são enfeixados e depois suspensos, num tirador armado entre dois troncos de árvores entre os quais se conserva um fogo brando, mantido sempre com galhos secos e folhas de palmeia. Esta operação dura dois dias, ao fim dos quais a secagem está completa. Apagam, então, o fogo e estendem sobre as cinzas um couro de boi, em cima do qual despejam as folhas do mate as quais são separadas dos galhos pela batida com varas.

Em certos lugares, no Estado do Paraná, costumam secar as folhas do mate em grande tachos de ferro, como fazem com o chá da índia, ou também em fornos, ou aparelhos especiais, afim de que o mate não perca o aroma desenvolvido de suas folhas, pela ação do calor.

Essas folhas assim preparadas, são partidas em pedaços pequenos, ou reduzidas a pó, pela ação de máquinas e assim coloca-se o produto para consumo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Cultivando Mate

, Peckolt, Gustavo Herva Matte (Monografia Original para o Almanaque Agrícola Brasileiro 1921)

Os cultivadores de mate aconselham de distinção entre sementes perfeitas e aptas a germinar, das sementes inúteis, o seguinte processo: Desprovidas as sementes da parte mucilaginosa, que a envolve, coloca-las dentro de um vaso com água morna para permanecer algumas horas: acontece que as sementes imprestáveis subirão à tona d´água e as boas, isto é, as aptas para a cultura, permanecerão repousadas no fundo do vaso.

A planta que vulgarmente denominamos mate pertence ao gênero Ilex, o qual compreende também espécies descritas pelos Drs Reisseck e Th Loesener, na monografia das Aquifoliáceas.

Outrora o gênero Ilex criado por Linneu foi incluído pelo botânico suíço A. Pyramus de Candolle, na divisão das Aquifoliáceas e mais tarde inserta na família das Ilicínea, pelo eminente botânico Brongniart.

O Dr. Theodoro Loesener, em 1891 procurou reunir todos os vegetais desta família sob a denominação de Aquifoliáceas de De Candolle; porém em 1896, foi a família definitivamente estabelecida entre as plantas do gênero Ilex pelo botânico Al. Kronfeld, que a descreveu na obra de Engler e Pranth.Ilex paraguaensis

A planta brasileira pertencente a esta família e a mais vulgarmente conhecida, foi determinada, em 1822, pelo famoso botânico francês H. de Saint-Hilaire, que obtendo um exemplar procedente do Paraguai, o escreveu com o nome de Ilex paraguaiensis.

Posteriormente este botânico, estudando as plantas que colheu no Estado do Paraná, encontrou alguns Ilex com pequena divergência do exemplar procedente do Paraguai e classificou então a original do Estado do Paraná com o nome de Ilex mate.

Em 1893 o botânico Dr S. Reisseck, revendo a família das Ilicínea, por ele descrita na Flora Brasiliensis de Martius, conservou a primeira classificação Ilex paraguariensis, dada por H. de Saint-Hilaire.

Em 1824, o botânico D. Don, recebendo alguns exemplares do mate cultivado pelos jesuítas, classificou-o igualmente com o nome de Ilex paraguariensis, espécie esta que concorda virtualmente com a sua derivação, e que foi aceita pela maioria dos botânicos.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O Mate sua germinação e os Jesuítas

Gustavo Peckolt, Monografia da Erva Mate , Almanaque Agrícola Brasileiro 1921

A divulgação do mate foi em grande parte devida aos jesuítas que, procurando aperfeiçoar o preparo da sua infusão, espalharam o seu uso, por isso que o levavam a sede das suas missões.

O produto utilizado por eles foi primeiramente colhido em estado silvestre e que crescia abundantemente nos territórios que ocupavam: e os jesuítas, pelo espirito observador que possuíam, chegaram a conclusão que a cultura desta planta, além de ser uma boa fonte de riqueza, era realmente útil pelo grande emprego que possuía a infusão de suas folhas como bom excitante das forças e também como um meio proveitoso de evitar o abuso do álcool entre os selvícolas.Flor de Erva Mate

Esses missionários, para o desenvolvimento da cultura do mate utilizavam-se dos serviços dos índios já domesticados, os quais recebiam em troca do seu trabalho além de alimento e fumo, o próprio mate preparado pelos jesuítas.

Conseguiram realmente uma grande prosperidade da cultura desta planta, principalmente porque conheciam o método de germinação das sementes, e notaram que o mate cultivado se tornava superior ao silvestre, não só em sabor, que ficava menos amargo, como em aroma, que passava a ser mais suave.

Acreditavam os jesuítas que germinação de sementes só se efetuava depois de terem passado estas pelos intestinos dos pássaros, engano, que perdurou por muito tempo entre os que tentavam o cultivo desta planta, pois que não conseguiram a germinação da maioria das sementes.

Este erro porém se desfez, uma vez provado que a causa única da falta de germinação das sementes, na maioria dos casos, era devida a ausência de frutificação, por isso que as flores do Ilex na maior parte das vezes são dioicas por abortamento dos estames ou do pistilo. Isto se corrige polinizando artificialmente as suas folhes fêmeas, tal como se procede indiretamente na cultura da tamareira, e assim se conseguem sementes, perfeitamente aptas para a germinação.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Herva Matte - II

Gustavo Peckolt, Monografia no Almanaque Agrícola Brasileiro, 1921

Nos ervais do Paraná e de Santa Catarina , existem duas qualidades de mate , o do talo branco e o mate de talo roxo, os quais se diferenciam entre i, pelo aspecto de seu pecíolo, arroxeado ou verde pálido.

No Paraguai encontra-se mate em abundancia , em estado silvestre; pois ai vimos grandes ervais , que representam para este país preciosa fonte de riqueza, tal qual acontece com relação aos Estados do Paraná e Riomate e cheleira Grande do Sul.

Nestes dois últimos estados, nos quais existe grande quantidade de ervais, não só a colheita se faz de modo simples, como também a preparação da erva se pratica de maneira simples, como também a preparação da erva se pratica de maneira singela. A colheita custa aos coletores o só trabalho de retirar as folhas e os ramos novos da planta. Feito isto, as folhas e ramos são submetidos a um processo especial que consiste em seca-las ao calor para em seguida entregar a erva ao consumo.

O mate é conhecido na república de origem espanhola pelo nome de “hierba” ou “hierva de palos” e, em outros lugares, pela denominação de Chá do Paraguai, Chá das missões, Chá dos Jesuítas e Congonha.

A significação do nome mate tem a sua origem, segundo alguns autores, na cuia onde é comumente preparado e a sua infusão,e os espanhóis chamaram de mate.  Os franceses, igualmente, o conheciam por este nome e semelhante denominação espalhou-se entre a maioria dos europeus; pois foi o nome mate aplicado ao produto conhecido do comércio brasileiro. Julgamos que mate se originou da denominação vulga “erva do mato”, usada pelos primeiros colonos, pela corruptela de erva do mato em erva mate e, com a queda do primeiro elemento, ficou mate.

Com respeito ao vocabulário Congonha pelo qual é denominado o mate em Minas e São Paulo, a origem é corruptela da palavra indígena Kongonha. Nestes dois estados não só se dá este nome ao mate como também o aplicam a alguma espécies de Ilex e a outras plantas do gênero e família diferentes da que pertence ao mate.

O uso do mate foi espalhado pelos selvagens entre os habitantes das regiões onde é nativo, e daí se propagou ao meio civilizado, que abrange uma grande parte da zona tropical da América do Sul.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Herva Matte , 1921

O Matte, planta indígena da zona temperada da América do Sul, cresce entre 18 e 30º de latitude sul, com especialidade entre 21 e 34º, que é a região mais favorável ao seu desenvolvimento, e principalmente na zona compreendida entre Paraná, Mato Grosso e Paraguai, região que a partir da Cordilheira de Amanbaí, vaI  até ao norte da Serra de Maracajú. O mate que nasce nesta zona é considerado como o de melhor qualidade, e se desenvolve muito mais facilmente nas fralErva_Matedas das montanhas e margens dos regatos.

Salientam-se, dentre os Estados do Brasil, onde se acha a planta conhecida pelo nome de mate os Estados do Sul, particularmente o Estado do paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Mato Grosso, nas margens do rio Guaporé, no município de Miranda e nos campos de Nioac também existe mate.

O emprego do mate é conhecido, desde tempos remotos, pelos habitantes das regiões sul americanas, os quais dele faziam uso ora em mastigatório, ora como bebida.

Nas descrições sobre as riquezas do Brasil, feitas pelos seus descobridores, não se encontra menção alguma tocante a esta planta , entretanto o mate era já bastante usado pelos Incas, no Peru, como o comprovam os fatos: 1º de ser encontrado junto com utensílios domésticos, próprio ao seu uso; 2º existir ao lado das armas de guerra; 3º finalmente o haverem deparado nos túmulos de Ancon, perto de Lima.

Data de muito tempo o suo que faziam os índios Guarani de uma planta por eles denominada Kaá-mi, Kaá, erva excelente.

Usam-nas estes índios por manter-lhes as forças nas suas longas caminhadas e, bem assim, para resistir á fome. Entregavam-na, também, quando partiam para a caça ou pesca, nos lugares alagadiços por servi-lhes de preservativo contra febres palustres.grandes esforços.

Com este fim, os selvícolas mascavam as folhas da planta Kaá-mi, preparadas, por um processo especial, que conheciam, e da infusão da mesma faziam uso os Guaranis, quando se aplicavam a trabalhos que demandavam grandes esforços.

Os espanhóis, ao tempo das conquistas territoriais, viram-se obrigados a internar-se nas florestas do Paraguai e do Uruguai, por causa da perseguição que mantinham contra os índios; e, por esse tempo notaram que estes, no intento de suportar as longas caminhadas, faziam uso de uma planta especial, que, segundo apontamentos publicados pelo capitão de fragata Don Felix de Azara, era a Kaá.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os Herbários do Período Medieval

Depois da queda do Império Romano , durante a Idade Média, a medicina se refugiou nos mosteiro, que ofereciam asilo seguro e tranquilo, propício para o estudo e a meditação; representantes de Cristo na terra, os padres da nova religião encamparam a função de curar e sucedem os seus precursores os sacerdotes pagãos. Assim nasce, a medicina laica e a medicina eclesiástica, na qual o simples uso das plantas medicinais já a colocava no rol de extrema importância.

Na Itália, e por toda Europa, florescem os conventos de monges que cultivam as plantas divinas que darão saúde aos homens que sofrem.

Estamos falando do ano 529, quando é fundado a ordem de São Benito do famoso convento de Monte Cassino, que até o florescimento da escola copistamédica de Salerno, constituiria um ativo foco de estudos médicos e botânicos. Esta é a época de Casiodoro, que que foi ministro do grande Teodorico e precursor de Carlo Magno na institucionalização da escola pública, e se retirava par a vida monástica e recomendava aos seus monges de Squilache, a leitura do livro das ervas de Dioscórides e o estudo das virtudes curativas dos simples, tratando o mesmo tempo de dignificar os estudos médicos quando dizia:" “Entre as artes mais úteis, destinadas a sustentar a indigência e a fragilidade do corpo, nenhuma pode ser considerada superior, nem ao menos igual, a medicina, que assiste com benevolência material aos doentes em perigo e cura nossas dores e cura aqueles que nem as riquezas nem as honras são capazes de curar.” Ao mesmo tempo nos conventos de verde Erin se estudava os textos clássicos e já chegava o fim do século VI empreendem os monges irlandeses grandes viagens por todo o continente com o propósito de implantar as novas ordens e a rígida disciplina que se praticava na velha Irlanda; assim são fundados na Alemanha no século VIII por São Columbano e seus discípulos, nos conventos de San Gall e de Fulda, e na Itália de Bobbio, vizinho a Pavia, nos menos afamados que os de Monte Cassino como centro de estudos médicos. Do jardim medicinal a enfermaria do convento de São Gall, no ano de 820, ficou uma descrição cheia de detalhes entre estes detalhes a descrição de uma enfermaria que cuidava de seis pacientes ao mesmo tempo. Havia casa para o médico, depósito de farmácia e um jardim onde se cultivavam inte e duas plantas medicinais, como a salvia, o lírio, o ópio silvestre, a agrimonia entre outras.

Desta época e destes conventos conhecemos os poemas sobre as plantas medicinais: O Hortulus de Wahlafrio Strabo. Abdal do convento de Fulda, e o livro das Virtudes das Plantas. De todos os manuscritos do período medieval o mais famoso é o Herbarius de Apuleus Barbarus.