domingo, 24 de abril de 2011

Jaborandi - Pilocarpus Pennatifolius, Lem. Da Sicilia

Revista da Flora Medicinal- Abril 1944 Dr. Antônio Imbesi

Os Jaborandis, constituem até este últimos tempos uma droga oficjaborandiinal inscrita em diversas farmacopéias, é uma Rutácea do Brasil e do Paraguai, usada nestes países há muito tempo por suas propriedades sialagogas e diaforéticas. A droga foi mencionada pela primeira vez por Guilherme Pison em seu livro, onde ele procura dar a conhecer ao novo mundo a droga observada em sua expedição ao Brasil, juntamente com Maurício de Nassau.

A droga foi introduzida na Europa em 1874, pelo Dr Coutinho que havia feito frequente uso dela e a anunciava como um “sudorífico verdadeiro”. O Dr Coutinho não leva consigo senão algumas folhas da planta das quais foram enviadas amostras a Baillon em janeiro de 1875 que, com a ajuda de poucos elementos imperfeitos, chega a determinar o gênero e até a espécie . Ele, então, atribuiu-as ao Pilocarpus pennatifolius Lemaire da família das Rutaceas, tribo das Zanthoxylle, que, Fluckiger e Hanbury informavam que há longo tempo já era cultivada na estufa do Museu de Paris, no Jardim de Kew, e indubitavelmente ainda em outros Hortos botânicos da Europa, Planchon em sua “História Natural da Droga Simples” , 1876, escreve que há poucos anos esta planta fora transplantada para algum Horto botânico e que o Museu de Paris não possuía nenhum exemplar vivo.

O “Pilocarpus pennatifolius” que cresce em nosso clima é um arbusto de rápido desenvolvimento e que, pode alcançar a altura de 6 a 7 metros, diferindo do que cresce no Brasil, onde, alcança em média um metro e meio a dois metros.

O tronco é ramoso, arredondado, com ramos eretos ascendentes; casca de cor castanho, facilmente destacável.

As folhas são alternas, estipuladas, compostas, imparimpinadas, geralmente de dois a três pares de folículos opostos.

As flores dispostas em inflorescências de racimos terminais de comprimento de 40 a 50cm. O eixo desta inflorescência é cilíndrico-cônico, com superfície rugosa no sentido do comprimento.

Indicações Terapêuticas: Tonica,diaforética, sialagoga, contra afecção catarral(via respiratória, bronquite, asma úmida, edema, pleurisia, pneumonia, difteria, nefrite aguda, "mal de bright" (f.congestivas), hidropisia renal, intoxicação, diabete pancreática, para diminuir açúcar urinário, doença de pele, hiperidroses gerais, hiperidroses locais, oftálmica

JABORANDI (Pilocarpus jaborandi): Tem como princípio ativo o alcaloide Pilocarpina, que age nas glândulas salivares e sudoríferas. Estimula as secreções gástricas, por isso é um ótimo digestivo. Seu princípio ativo já é largamente usado pela indústria de medicamentos no tratamento do glaucoma. Era utilizado no passado para aguçar o faro de cães de caça. Também indicado no tratamento de doenças do aparelho respiratório. Vários xampus trazem o jaborandi em sua fórmula, tido como um poderoso aliado na luta contra a queda de cabelo. Há anos, a planta vem sendo extraída em grandes quantidades para uso de laboratórios estrangeiros. Suas folhas são usadas nas afecções reumáticas, artrite, gota, hipertensão arterial e no tratamento de desordens respiratórias.

domingo, 17 de abril de 2011

Alecrim do Campo - Lippia Thymoides – Mart et Schauer

Oswaldo Almeida Costa e Virgilio Lucas – Revista da Flora Medicinal Jan 1945

O Alecrim do Campo é usado empiricamente pelo povo. A ação farmacodinâmica e terapêutica é desconhecida. Porém os usos populares das plantas, nos tratamentos das numerosas doenças são os únicos índices ou a orientação que ainda podemos ter seu estudo, visando as verdadeiras terapêutica e os efeitos curativos.

Nos estados do Nordeste o povo emprega sob a forma de infusos internamente, ou sob a forma de banhos no tratamealecrim-do-camponto da gripe, como calmante, nas congestões e no reumatismo.

Martius (16) “Refere-se a esse vegetal classificando suas folhas como aromático-mucilaginosa, e acrescentando que a “infusão das folhas e das flores é frequentemente usada nas afecções catarrais; e que os banhos feitos com as folhas, já por Pisão foram elogiados para reumatismo.

Segundo Mello Morais a aplicação terapêutica do “Alecrim do Campo”:

“Pisada a planta com as folhas, extrai-se o suco, o qual misturado com a água, aplica-se em clisteres, aos enfermos de febres malignas. As flores dentro de um frasco, com um pouco de açúcar cândi, e posto ao sol, por algumas horas, o líquido que aparece, aplicado aos olhos dá o mesmo resultado, curando também as belides. Tem excelente propriedade de fortalecer as partes esquecidas pelo estupor; cura as deflexões do peito fraqueza da cabeça, dos ouvidos e olhos; também aplicam nos tratos de ventosidade. O seu emprego é em forma de chá, tomando-se com açúcar, pela manhã em jejum.”

Pio Correa (5) – No seu “Dicionário das Plantas Úteis do Brasil diz: Alecrim do Campo: as folhas são aromáticas e passam por ante-reumática: as flores são mucilaginosas, usadas nas afecções catarrais: os frutos são tônicos e estimulantes; o suco é febrífugo. Esta planta já teve grande reputação para combater outras moléstias.”

É um vegetal largamente empregado nas praticas religiosas.

domingo, 10 de abril de 2011

Saião - Kallanchoë Brasiliensis , (Vell) Camb

Virgilio Lucas e Othon Machado, Revista da Flora Medicinal 1947

Partes Usadas: Folhas e Caules Frescos. Mais frequentemente é empregado o suco extraído por contusão e compressão dessas partes da planta.

Sinomia vulgar: Coerana, Pernambuco; Para tsaiaoudo e Folha Grossa, Alagoa e Ceará; Erva ou Folha da Costa, Bahia; Fortuna de flores amarelas.

Habitat: é planta perene encontrada em todos os estados. Vegeta nos lugares não muito secos, porém ensolarados.

Época da Colheita: De setembro a dezembro são os meses em eu o Saião adquire o máximo de desenvolvimento, sendo esta época que mais convém ser colhido para uso medicinal.

Conservação: A planta só é empregada em estado fresco, devendo ser colhida e logo manipulada e usada. No frio, geladeira, se conserva em bom estado durante vários dias. A planta dessecada não tem emprego, não sendo usada em tal condição pelo povo.

Extração: Os caules e folhas do vegetal, pós lavagem em água corrente, são cortados em pequenos pedaços e contundidos em pilão de madeira ou em grande gral de porcelana ou de pó de pedra, até completo esmagamento. A seguir é coado por expressão através de um pano de algodão ou lã, até extrair o máximo do líquido. A expressão não pode ser feita em prensa metálica por encerrar tanino. Deve, por isso, ser evitado o contato do suco com recipientes metálico.

Emprego: É usada em úlceras do estômago e duodeno usando o Saião em forma de salada e também em reumatismo articular.

Theodoro Peckolt em sua obra “Plantas Medicinais e úteis do Brasil” diz: “ é Oficinal, muitas vezes usada com remédio popular. As folhas frescas fervidas com igual peso de água são usadas como diurético na febre amarela,icterícia, afecções do fígado. As folha socadas sob a forma de cataplasma com farinha de mandioca são empregadas nas inflamações eczematosas, furúnculos, abscesso e prostatites para acalmar a dor e fazer supurar. Sem a fina película é empregada como sedativo nas cefalalgias. O decoto é usado em banhos nas inflamações linfáticas.”

Chernoviz Formulário – 18ª edição diz: “as folhas dessa planta servem no curativo de varias feridas.”

Caminhoá – 3ª volume – Botânica Sistemática: “Usa-se o suco no tratamento das feridas e queimaduras e contra calos”.

Melo Moraes – Fitografia da Botânica Brasileira, diz que: “é empregada em medicina vulgar, em banhos, nas afecções erisipelatosas das pernas.”

Na Bahia, onde é conhecida sob o nome de Folha da Costa, é muito usada contra a erisipela, queimaduras e inflamações.

O suco da planta é indicado contra frieiras; o cozimento e banhos, nos ingurgitamento linfáticos. As folhas frescas, nas dores de cabeça

domingo, 3 de abril de 2011

Brusfelsia hopeana ,(Hooker) Benth

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa. Revista da Flora Medicinal

Sinomia Vulga: Manacá da Serra, Gerataca ou Jerataca, que significam na língua dos índios, remédio contra mordedura de cobra. Camgaba – Camgambá que significa árvore de gambá (por causa do cheio semelhante ao desse animal), que possuem as raízes da planta- Umbura-puama, árvore remédio; Flor da Quaresma; Flor de Natal, Santa Maria; Manjá, Jasmim do Paraguai, Mercúrio dos pobres, Mercúrio Vegetal e Boas Noites. MANACA-DA-SERRA-04

Composição Química:  A primeira investigação sobre a composição química do manacá deve-e a W. Lascelle-Scoot, que isolou um alcaloide por ele denominado francisceina. Peckolt retirou do manacá uma substância amorfa, de cor branca amarelada, que denominou brunfelsina, insoluvel no éter de petróleo, benzol, clorofórmio, éter sulfúrico e éter acético; solúvel no álcool metílico e na água precipitado de sua solução pelo cloreto de ouro, cloreto de paládio, solução iodo-iodurada e pelo sublimado. A manacina em solução na água se desdobra pelo aquecimento prolongado em manaceina, em uma substância resinosa e em uma terceira substância fluorescente que Brand obteve sob a forma cristalina e determinou como sendo a esculentina. A parte da planta mais rica em alcaloide é a casca da raiz.

Toxidez: Brand verificou ser esta planta um toxico tetanizante. O primeiro  sintoma de intoxicação, é um tremor de cabeça peculiar, ao qual em breve sobrevém tics e contrações mais rápidas de alguns músculos faciais isolados, ainda mesmo quando a dose ingerida não seja mortal. Coelhos e cobaias mudam com frequência de posição estando sentados; a seguir têm dejecções (urina e fezes) e os animais lambam-se continuamente, denunciando ter começado o fluxo de saliva, a que se segue dentro em pouco  tempo forte secreção lacrimal. O ritmo respiratório, acelera-se e torna-se irregular. As contrações musculares, estendem-se a todo corpo e se exacerbam ao toque. Em doses francas, de 0,04 a 0,05grs por quilo aparecem todos esses sintomas, mas os animais se restabelecem completamente depois de um período de  a 5 horas de intoxicação.

“Baena diz que a raiz do Manacá é empregada pelos índios, para produzir delírio furioso ou mesmo loucura persistente. Em alta dose produz escurecimento da vista, confusão de ideias, delírio inconstante e tremores”.

Segundo Martius em algumas tribos do interior do Amazonas, seu extrato serve para envenenar flechas.

Tomando-se banhos ou bebendo-se sua infusão, esta produz salivação abundantíssima, e ulcerações da mucosa bucal. Dr Capanema

Emprego medicinal: A infusão é geralmente usada como diurético, diaforético e ante-sifilítico, e segundo Melo Oliveira o Manacá é um poderoso excitante do sistema linfático.

As folhas deste vegetal que foram primitivamente usadas como antídoto nos casos de mordedura de cobras são ainda hoje usadas em decoto como diurético e em uso local em compressas e em lavagens no casos de eczemas e tumores sifilíticos.