domingo, 1 de maio de 2011

Cipó Suma –Anchietea salutaris Saint-HiIaire

Revista da Flora medicinal -1937 – Farm. Oswaldo de Almeida Costa

Também conhecida com o nome e Piraguaia. Paraguaia, Pereiguar, significa bom para pele, Puruuara, Piraguara Pirigaia, Cipó de Carneiro

Esta Planta cujo nome científico foi dado em homenagem ao missionário jesuíta, Anchieta, era usada pelos índios na época dCipó Sumáo descobrimento.

A raiz é a parte mais ativa da planta, sendo também usados pelo povo, as folhas e o caule.

Quem primeiro analisou esta planta foi Theodoro Peckolt em 1859, que dela extraiu, um princípio ativo básico cristalizado que denominou anchietina. Em investigações posteriores, aperfeiçoou o processo de extração. O trabalho resulta em cristais amarelos, pouco solúvel em água e insolúvel no éter.

As raízes contem bastante amido, substâncias péticas e resinosa.

Segundo a Farmacopéia 1929 são consignadas apenas duas preparações: extrato fluido e tintura.

O seu emprego segundo Peckolt nas escrófulas, erisipelas, afecções de garganta e laringe especialmente em doenças de caráter hepético. Como depurativo nas afecções cutâneas, feridas, etc., usa-se o decoto da casca da raiz na dose de um cálice pela manhã e outro a noite.

O xarope que se prepara com o extrato fluido é recomendável para uso das crianças na dose de três colheres de chá três vezes ao dia.

A tintura pode ser utilizada na dose de duas colheres de sobremesa 2 vezes ao dia, para adultos. Como laxativo pisam-se as cascas frescas com açúcar e toma-se com um pouco de água. É aconselhado como eficaz no tratamento da coqueluche, na dose de uma colher de chá do xarope quatro vezes ao dia

No caso de emprego da planta contra a Lepra: atua rapidamente sobre as lesões sifilíticas da pele, porém, não parece ter ação sobre as manifestações leprosas.

As folhas e as cascas frescas da raiz pisadas, são ainda aplicadas, sob a forma de cataplasma, sobre a feridas crônicas.

domingo, 24 de abril de 2011

Jaborandi - Pilocarpus Pennatifolius, Lem. Da Sicilia

Revista da Flora Medicinal- Abril 1944 Dr. Antônio Imbesi

Os Jaborandis, constituem até este últimos tempos uma droga oficjaborandiinal inscrita em diversas farmacopéias, é uma Rutácea do Brasil e do Paraguai, usada nestes países há muito tempo por suas propriedades sialagogas e diaforéticas. A droga foi mencionada pela primeira vez por Guilherme Pison em seu livro, onde ele procura dar a conhecer ao novo mundo a droga observada em sua expedição ao Brasil, juntamente com Maurício de Nassau.

A droga foi introduzida na Europa em 1874, pelo Dr Coutinho que havia feito frequente uso dela e a anunciava como um “sudorífico verdadeiro”. O Dr Coutinho não leva consigo senão algumas folhas da planta das quais foram enviadas amostras a Baillon em janeiro de 1875 que, com a ajuda de poucos elementos imperfeitos, chega a determinar o gênero e até a espécie . Ele, então, atribuiu-as ao Pilocarpus pennatifolius Lemaire da família das Rutaceas, tribo das Zanthoxylle, que, Fluckiger e Hanbury informavam que há longo tempo já era cultivada na estufa do Museu de Paris, no Jardim de Kew, e indubitavelmente ainda em outros Hortos botânicos da Europa, Planchon em sua “História Natural da Droga Simples” , 1876, escreve que há poucos anos esta planta fora transplantada para algum Horto botânico e que o Museu de Paris não possuía nenhum exemplar vivo.

O “Pilocarpus pennatifolius” que cresce em nosso clima é um arbusto de rápido desenvolvimento e que, pode alcançar a altura de 6 a 7 metros, diferindo do que cresce no Brasil, onde, alcança em média um metro e meio a dois metros.

O tronco é ramoso, arredondado, com ramos eretos ascendentes; casca de cor castanho, facilmente destacável.

As folhas são alternas, estipuladas, compostas, imparimpinadas, geralmente de dois a três pares de folículos opostos.

As flores dispostas em inflorescências de racimos terminais de comprimento de 40 a 50cm. O eixo desta inflorescência é cilíndrico-cônico, com superfície rugosa no sentido do comprimento.

Indicações Terapêuticas: Tonica,diaforética, sialagoga, contra afecção catarral(via respiratória, bronquite, asma úmida, edema, pleurisia, pneumonia, difteria, nefrite aguda, "mal de bright" (f.congestivas), hidropisia renal, intoxicação, diabete pancreática, para diminuir açúcar urinário, doença de pele, hiperidroses gerais, hiperidroses locais, oftálmica

JABORANDI (Pilocarpus jaborandi): Tem como princípio ativo o alcaloide Pilocarpina, que age nas glândulas salivares e sudoríferas. Estimula as secreções gástricas, por isso é um ótimo digestivo. Seu princípio ativo já é largamente usado pela indústria de medicamentos no tratamento do glaucoma. Era utilizado no passado para aguçar o faro de cães de caça. Também indicado no tratamento de doenças do aparelho respiratório. Vários xampus trazem o jaborandi em sua fórmula, tido como um poderoso aliado na luta contra a queda de cabelo. Há anos, a planta vem sendo extraída em grandes quantidades para uso de laboratórios estrangeiros. Suas folhas são usadas nas afecções reumáticas, artrite, gota, hipertensão arterial e no tratamento de desordens respiratórias.

domingo, 17 de abril de 2011

Alecrim do Campo - Lippia Thymoides – Mart et Schauer

Oswaldo Almeida Costa e Virgilio Lucas – Revista da Flora Medicinal Jan 1945

O Alecrim do Campo é usado empiricamente pelo povo. A ação farmacodinâmica e terapêutica é desconhecida. Porém os usos populares das plantas, nos tratamentos das numerosas doenças são os únicos índices ou a orientação que ainda podemos ter seu estudo, visando as verdadeiras terapêutica e os efeitos curativos.

Nos estados do Nordeste o povo emprega sob a forma de infusos internamente, ou sob a forma de banhos no tratamealecrim-do-camponto da gripe, como calmante, nas congestões e no reumatismo.

Martius (16) “Refere-se a esse vegetal classificando suas folhas como aromático-mucilaginosa, e acrescentando que a “infusão das folhas e das flores é frequentemente usada nas afecções catarrais; e que os banhos feitos com as folhas, já por Pisão foram elogiados para reumatismo.

Segundo Mello Morais a aplicação terapêutica do “Alecrim do Campo”:

“Pisada a planta com as folhas, extrai-se o suco, o qual misturado com a água, aplica-se em clisteres, aos enfermos de febres malignas. As flores dentro de um frasco, com um pouco de açúcar cândi, e posto ao sol, por algumas horas, o líquido que aparece, aplicado aos olhos dá o mesmo resultado, curando também as belides. Tem excelente propriedade de fortalecer as partes esquecidas pelo estupor; cura as deflexões do peito fraqueza da cabeça, dos ouvidos e olhos; também aplicam nos tratos de ventosidade. O seu emprego é em forma de chá, tomando-se com açúcar, pela manhã em jejum.”

Pio Correa (5) – No seu “Dicionário das Plantas Úteis do Brasil diz: Alecrim do Campo: as folhas são aromáticas e passam por ante-reumática: as flores são mucilaginosas, usadas nas afecções catarrais: os frutos são tônicos e estimulantes; o suco é febrífugo. Esta planta já teve grande reputação para combater outras moléstias.”

É um vegetal largamente empregado nas praticas religiosas.

domingo, 10 de abril de 2011

Saião - Kallanchoë Brasiliensis , (Vell) Camb

Virgilio Lucas e Othon Machado, Revista da Flora Medicinal 1947

Partes Usadas: Folhas e Caules Frescos. Mais frequentemente é empregado o suco extraído por contusão e compressão dessas partes da planta.

Sinomia vulgar: Coerana, Pernambuco; Para tsaiaoudo e Folha Grossa, Alagoa e Ceará; Erva ou Folha da Costa, Bahia; Fortuna de flores amarelas.

Habitat: é planta perene encontrada em todos os estados. Vegeta nos lugares não muito secos, porém ensolarados.

Época da Colheita: De setembro a dezembro são os meses em eu o Saião adquire o máximo de desenvolvimento, sendo esta época que mais convém ser colhido para uso medicinal.

Conservação: A planta só é empregada em estado fresco, devendo ser colhida e logo manipulada e usada. No frio, geladeira, se conserva em bom estado durante vários dias. A planta dessecada não tem emprego, não sendo usada em tal condição pelo povo.

Extração: Os caules e folhas do vegetal, pós lavagem em água corrente, são cortados em pequenos pedaços e contundidos em pilão de madeira ou em grande gral de porcelana ou de pó de pedra, até completo esmagamento. A seguir é coado por expressão através de um pano de algodão ou lã, até extrair o máximo do líquido. A expressão não pode ser feita em prensa metálica por encerrar tanino. Deve, por isso, ser evitado o contato do suco com recipientes metálico.

Emprego: É usada em úlceras do estômago e duodeno usando o Saião em forma de salada e também em reumatismo articular.

Theodoro Peckolt em sua obra “Plantas Medicinais e úteis do Brasil” diz: “ é Oficinal, muitas vezes usada com remédio popular. As folhas frescas fervidas com igual peso de água são usadas como diurético na febre amarela,icterícia, afecções do fígado. As folha socadas sob a forma de cataplasma com farinha de mandioca são empregadas nas inflamações eczematosas, furúnculos, abscesso e prostatites para acalmar a dor e fazer supurar. Sem a fina película é empregada como sedativo nas cefalalgias. O decoto é usado em banhos nas inflamações linfáticas.”

Chernoviz Formulário – 18ª edição diz: “as folhas dessa planta servem no curativo de varias feridas.”

Caminhoá – 3ª volume – Botânica Sistemática: “Usa-se o suco no tratamento das feridas e queimaduras e contra calos”.

Melo Moraes – Fitografia da Botânica Brasileira, diz que: “é empregada em medicina vulgar, em banhos, nas afecções erisipelatosas das pernas.”

Na Bahia, onde é conhecida sob o nome de Folha da Costa, é muito usada contra a erisipela, queimaduras e inflamações.

O suco da planta é indicado contra frieiras; o cozimento e banhos, nos ingurgitamento linfáticos. As folhas frescas, nas dores de cabeça

domingo, 3 de abril de 2011

Brusfelsia hopeana ,(Hooker) Benth

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa. Revista da Flora Medicinal

Sinomia Vulga: Manacá da Serra, Gerataca ou Jerataca, que significam na língua dos índios, remédio contra mordedura de cobra. Camgaba – Camgambá que significa árvore de gambá (por causa do cheio semelhante ao desse animal), que possuem as raízes da planta- Umbura-puama, árvore remédio; Flor da Quaresma; Flor de Natal, Santa Maria; Manjá, Jasmim do Paraguai, Mercúrio dos pobres, Mercúrio Vegetal e Boas Noites. MANACA-DA-SERRA-04

Composição Química:  A primeira investigação sobre a composição química do manacá deve-e a W. Lascelle-Scoot, que isolou um alcaloide por ele denominado francisceina. Peckolt retirou do manacá uma substância amorfa, de cor branca amarelada, que denominou brunfelsina, insoluvel no éter de petróleo, benzol, clorofórmio, éter sulfúrico e éter acético; solúvel no álcool metílico e na água precipitado de sua solução pelo cloreto de ouro, cloreto de paládio, solução iodo-iodurada e pelo sublimado. A manacina em solução na água se desdobra pelo aquecimento prolongado em manaceina, em uma substância resinosa e em uma terceira substância fluorescente que Brand obteve sob a forma cristalina e determinou como sendo a esculentina. A parte da planta mais rica em alcaloide é a casca da raiz.

Toxidez: Brand verificou ser esta planta um toxico tetanizante. O primeiro  sintoma de intoxicação, é um tremor de cabeça peculiar, ao qual em breve sobrevém tics e contrações mais rápidas de alguns músculos faciais isolados, ainda mesmo quando a dose ingerida não seja mortal. Coelhos e cobaias mudam com frequência de posição estando sentados; a seguir têm dejecções (urina e fezes) e os animais lambam-se continuamente, denunciando ter começado o fluxo de saliva, a que se segue dentro em pouco  tempo forte secreção lacrimal. O ritmo respiratório, acelera-se e torna-se irregular. As contrações musculares, estendem-se a todo corpo e se exacerbam ao toque. Em doses francas, de 0,04 a 0,05grs por quilo aparecem todos esses sintomas, mas os animais se restabelecem completamente depois de um período de  a 5 horas de intoxicação.

“Baena diz que a raiz do Manacá é empregada pelos índios, para produzir delírio furioso ou mesmo loucura persistente. Em alta dose produz escurecimento da vista, confusão de ideias, delírio inconstante e tremores”.

Segundo Martius em algumas tribos do interior do Amazonas, seu extrato serve para envenenar flechas.

Tomando-se banhos ou bebendo-se sua infusão, esta produz salivação abundantíssima, e ulcerações da mucosa bucal. Dr Capanema

Emprego medicinal: A infusão é geralmente usada como diurético, diaforético e ante-sifilítico, e segundo Melo Oliveira o Manacá é um poderoso excitante do sistema linfático.

As folhas deste vegetal que foram primitivamente usadas como antídoto nos casos de mordedura de cobras são ainda hoje usadas em decoto como diurético e em uso local em compressas e em lavagens no casos de eczemas e tumores sifilíticos.

domingo, 27 de março de 2011

Piper aduncum Velloso

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa (Revista da Flora Medicinal)

Sinomia Vulga: Matico- Falso; Pimenta de fruto gancho; Aperta Ruão, Tapa buraco

Sinomia Científica: Piper cellidifolium, H.B.K

Composição Química: Verificamos a presença de uma substância resinosa, e um princípio cristalizável perfeitamente semelhante ao ácido artanico e uma substancia amarga, amorfa, possivelmente a maticina.Piper-aduncum

Emprego medicinal: As folhas do Aperta Ruão podem substituir as de matico em todas as suas indicações, assim é que são elas usadas como adstringente, hemostático e antiblenorrágico. Segundo Peckolt seu cozimento é utilizado em banhos nas hemorroidas nas afecções reumáticas e nos curativos das ulceras; as mulheres usam para tonificar os órgãos genitais. Emprega-se ainda a infusão de 10 a 30grs das folhas frescas em 250ml de água na dose de alguns cálices por dia no tratamento das disenterias e diarreias e dizem ter usado com proveito outrora no tratamento d cólera-marbus. O infuso aquoso feito com 15% destas folhas, é empregado em lavagens uretrais no tratamento da gonorreia e leicorreia. O emplasto preparado com as folhas frescas contundidas é empregado pelo povo no tratamento das hérnias infantis; e o pó das folhas secas é um poderoso hemostático.

Empregam-se ainda os frutos, como diurético e antiblenorrágico e o cozimento da raiz como desobstruente.

domingo, 20 de março de 2011

Pipi ou Erva da Guiné

Revista de Medicina e Farmácia 1925 – Rodolpho Albino Dias da Silva

Petiveria tetrandra Gomes.

A parte mais ativa desta planta é a raiz, sabemos que o povo também usa as folhas, que possuem um aroma fracamente aliáceo, que comunica ao leite das cabras, quando comida por elas;

Nas raízes Theodoro e Gustavo Peckolt acharam óleo essencial, um principio ativo que nomearam de Pitiverina e um ácido resinoso.

O óleo essencial é de cor amarelada, de sabor fortemente acre e picante e de Roma particular, canforaceo, e não contem enxofre.

A petiverina é uma substância amorfaGuine amarelada, pulverulenta, inodora, de sabor fortemente amargo, picante; é solúvel no ater, no álcool, na água acidula e pouco solúvel na água fervente. Seu soluto precipita pelos cloretos de platina de ouro e pelo ácido tânico.

Pode ser obtida, segundo seus descobridores, tratando-se o extrato alcoólico da raiz pela água fervente, filtrando-se, eliminando-se o excesso de chumbo do filtrado pelo hidrogênio sulfuretado, filtrando-se novamente e evaporando-se até consistência xaroposa. Trata-se então o líquido xaroposo e pelo álcool absoluto, separa-se este, destila-se e vascoleja-se o resíduo xaroposo com éter, evapora-se o soluto etéreo espontaneamente e purifica-se o resíduo dissolvendo-o repetidas vezes no éter.

O ácido resinoso tem consistência de terebintina, cor pardacenta, sabor picante e aroma fortemente canforaceo e um tanto aliáceo, da raiz fresca.

Propriedades Terapêuticas

A raiz de Guiné é empregada como estimulante na paralisia, sudorífera e alexifera. Em altas doses é abortiva. É toxica, provoca envenenamento quando ministrado em pequena doses.

sábado, 12 de março de 2011

Hovenia Dulcis, Thunb

 

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa, Revista da Flora Medicinal

Caju Japonês, Unha de macaco, Caju do Mato groso e Caju do Para, Uva Ursina

È planta exótica, originaria da China, Japão e Nepal, hoje perfeitamente aclimatada no Brasil, onde foi introduzida em 1908 por ocasião da Exposição Nacional do Rio de janeiro pelo cônsul grego Ottonn Leonardo. Hoveniadulcis

Rica em sacarose. Por isso seu pedúnculo é muito apreciado pelas crianças.

Além de seu uso para fins alimentares dos pedúnculos, são eles empregados para extração de suco cuja fermentação alcoólica produz um vinho bastante apreciado. Caminhoá, diz serem ainda empregados em medicina como ante-asmáticos, os pedúnculos ou eixos florais hipertrofiados. A casca desta árvore é usada nos países de origem no tratamento das afecções intestinais. Seria interessante que se fizessem estudos a respeito de eu emprego como sucedâneo da cascara sagrada e da casca de frangula, dada a facilidade de aclimatação desta planta entre nós, teríamos assim, um sucedâneo daquelas drogas. A madeira é usada na construção.

terça-feira, 8 de março de 2011

Sapucainha

Rodolpho Albino Dias da Silva

O povo emprega a polpa do fruto de Sapucainha como peitoral, e os frutos verdes contusos são usados em lavagens para matar insetos nos animais.

As sementes reduzidas a pasta são empregadas externamente contra diversas afecções da pele; o óleo, que delas se extraem, é também muito usado vantajosamente para os mesmos fins.

Dada a identidade da composição química do óleo de sapucainha como o de chaulmoogra, a sua ação terapêutica, logicamente só pode ser a mesma.

Sua ação específica contra o bacilo da lepra realiza-se a custa dos seus ácidos graxos não saturados, isto é, dos ácidos chaulmoogrico e hydnocarpico.Sapucainha

Essa ação, em sua complexidade pode ser desdobrada em três propriedades: ação especifica direta; ação estimulante das lipases sanguíneas; ação imunizantes secundaria, pelo maior poder antigênico dos germes particularmente privado de sua substância céreo-gordurosa protetora.

Formas Farmacêuticas

O óleo de sapucainha em natureza, como o de chaulmoogra, é mal tolerado pelas vias digestivas, provocando frequentemente anorexia, dores gástricas, náuseas e vômitos.

As injeções intramusculares também não são bem toleradas e as endovenosas ocasionam, as vezes, reações de certa gravidade, como acessos de tosse, opressão  respiratória, com acentuada dispneia e cianose, e no fim de algumas horas forte reação térmica.

Os ácidos graxos livres também tem sido empregados por via oral, na dose de 0,5 a 1gr em pílulas. Melhor tolerados são os sais sódicos, (sabões) desses ácidos, por via gástrica, na dose de 0,5 a 1,5grs, em pílulas, comprimidos ou capsulas gelatinosas. Esses sabões também são empregados por via endovenosa em soluto a 3% de citrato de sódio, em injeções espaçadas de 3 a 5 dias, começando-se com 0,2cc. e aumentando-se lenta e progressivamente até a dose máxima de 5 cc.

As injeções intramusculares dos sabões sódicos são dolorosas,provocam empastamento muscular e são de efeitos muito mais lentos do que as injeções endovenosas.

O sabão de cobre dos ácidos totais da sapucainha (Carpotrochato cuprico), preparado pelo farmacêutico Paulo Seabra, em hidrosol coloidal foi empregado por Belmiro Valverde, sendo os seus resultados clínicos confirmados pelas observações do professor Fernando Terra.

A forma mais ativa, porém, é melhor tolerada, são os ésteres etílicos dos ácidos graxos, os quais foram pela primeira vez preparados, entre nós.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Triste História da Flora Fluminense

Almanak Agrícola Brasileiro 1922

Existindo na Biblioteca pública o Rio de Janeiro o manuscrito da Flora Fluminenses, acabado em 1790, por Frei José Mariano da Conceição Veloso, religioso Franciscano, natural de Minas Gerais, nascido em 1742, pertencente ao convento de Sano Antônio do Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 14 de junho de 1811, jaz sepultado em urnas das carneiras do claustro do seu convento, em cuja obra colaboram Freimss1095062_109 001 Francisco Solano, Frei Antônio de Santa Ignez, Francisco Manoel da Silva Mello, José Corrêa Rangel, José Aniceto Rangel, João Francisco Xavier, Joaquim de Souza Marcos, Firmino José do Amaral, José Gonçalves e Antônio Alvares, habilíssimo pintor, aconteceu que tomando conta da Biblioteca pública do Rio de Janeiro, Frei Antônio de Arrabida, mestre e valido do primeiro Imperador, encontrasse ali, o precioso manuscrito da Flora Fluminense, mandado fazer pelo benemérito vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza, depois visconde de Figueiró, que se empenhava, pelo engrandecimento e esplendor da capital do Rio de Janeiro;o qual emprestou ao sábio religioso e naturalista brasileiro, todos os auxílios, para que terminasse tão grandiosa obra.

Francisco Antônio de Arrabida, entusiasmado por ter achado o preciosos manuscrito tão gabado pelo sábios, que julgava perdido depois de o ler e corrigir, e confiá-lo a revisão do sábio Dr. João da Silveira Caldeira conheceu completo, quanto as estampas; porém viu que lhe faltavam algumas descrições; mas não obstante reconhecendo que era digno de publicidade, pela importância do assunto, e bem acabado do trabalho; aconselhou ao governo imperial, de mandar imprimir a obra; e muito se empenhou, para que ela aparecesse como desejava; mandando-se a Paris os desenhos, para serem litografados na oficina de Lasteyrie, como a mais conceituada do tempo. Enquanto se aprontavam as estampas, Fr. Antônio de Arrabida, depois bispo de Anemuria, fazia imprimir na Tipographia Nacional, o texto latino em 1825. O que não resta dúvida, é que, se mandando as estampas para França, deu-se começo em Paris ao trabalho da gravura, montando-se ali, uma repartição, onde o Estado despendeu um milhão de cruzados, afim de divulgar o precioso monumento, que tanta gloria nos dava.

Acabada a obra, consta que mandaram ao Rio de Janeiro 500 exemplares; ficando em Paris 1.500; os quais, não sendo reclamados, foram entregues, não sei a quem, e dos quais salvaram-se algumas coleções; e por fim, se reconhecendo que essas estampas não eram mais procuradas, foram vendidas ou dadas, ao chapeleiro que fornecia barretinas, para o exército Frances, o qual forrou com as estampas, as que estava fazendo para os soldados do exército.