Almanaque Agrícola Brasileiro – 1921-Peckolt Gustavo
Logo que a planta atinge a altura de 15 cm, mais ou menos, é transplantada para um terreno ligeiramente úmido, distante os pés uns dos outros três a quatro metros, sempre cuidadosamente resguardados dos raios solares e abrigados sob outras árvores. Estas plantas requerem,para o seu desenvolvimento, clima temperado e desde que cheguem a atingir dois metros de altura, se libertam da proteção das outras árvores que se resguardavam do sol, até este ponto.
Com quatro anos o mate já fornece boa colheita, mas deve , com tudo evitar-se a apanha total das folhas; e das que estão situadas na parte central da planta, ao fim de janeiro, já se pode obter, de cada exemplar, 30 a 40 quilos de folhas.
A planta cultivada não alcança geralmente tão elevada altura quanto a que cresce nas florestas.
A boa qualidade do mate depende da época da sua colheita, e, por consequência, há necessidade de se fazer a colheita quando seus frutos estiverem quase maduros.
Na Argentina e no Rio Grande do Sul se faz a colheita das folhas depois do mês de fevereiro e, geralmente até os fins de julho.
Nos ervais do Paraná e de Santa Catarina , a colheita é feita de 10 de janeiro a 15 de setembro, e , no Paraguai, de março a setembro.
Para obter boa colheita, é necessário que as folhas não estejam molhadas e, por isso, é preciso colher entre 9 e 5hs da tarde, quando o sol está de fora.
Nos lugares onde o mate é muito comum nas florestas, os seus coletores ou tarefeiros, partem um mês antes da colheita, em caravanas, com suas famílias para o sertão; aí arrumam suas barracas e entregam-se à colheita do mate. Feita esta geralmente, passam sobre o fogo os galhos e pequenos ramos, que são enfeixados e depois suspensos, num tirador armado entre dois troncos de árvores entre os quais se conserva um fogo brando, mantido sempre com galhos secos e folhas de palmeia. Esta operação dura dois dias, ao fim dos quais a secagem está completa. Apagam, então, o fogo e estendem sobre as cinzas um couro de boi, em cima do qual despejam as folhas do mate as quais são separadas dos galhos pela batida com varas.
Em certos lugares, no Estado do Paraná, costumam secar as folhas do mate em grande tachos de ferro, como fazem com o chá da índia, ou também em fornos, ou aparelhos especiais, afim de que o mate não perca o aroma desenvolvido de suas folhas, pela ação do calor.
Essas folhas assim preparadas, são partidas em pedaços pequenos, ou reduzidas a pó, pela ação de máquinas e assim coloca-se o produto para consumo.
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