domingo, 27 de março de 2011

Piper aduncum Velloso

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa (Revista da Flora Medicinal)

Sinomia Vulga: Matico- Falso; Pimenta de fruto gancho; Aperta Ruão, Tapa buraco

Sinomia Científica: Piper cellidifolium, H.B.K

Composição Química: Verificamos a presença de uma substância resinosa, e um princípio cristalizável perfeitamente semelhante ao ácido artanico e uma substancia amarga, amorfa, possivelmente a maticina.Piper-aduncum

Emprego medicinal: As folhas do Aperta Ruão podem substituir as de matico em todas as suas indicações, assim é que são elas usadas como adstringente, hemostático e antiblenorrágico. Segundo Peckolt seu cozimento é utilizado em banhos nas hemorroidas nas afecções reumáticas e nos curativos das ulceras; as mulheres usam para tonificar os órgãos genitais. Emprega-se ainda a infusão de 10 a 30grs das folhas frescas em 250ml de água na dose de alguns cálices por dia no tratamento das disenterias e diarreias e dizem ter usado com proveito outrora no tratamento d cólera-marbus. O infuso aquoso feito com 15% destas folhas, é empregado em lavagens uretrais no tratamento da gonorreia e leicorreia. O emplasto preparado com as folhas frescas contundidas é empregado pelo povo no tratamento das hérnias infantis; e o pó das folhas secas é um poderoso hemostático.

Empregam-se ainda os frutos, como diurético e antiblenorrágico e o cozimento da raiz como desobstruente.

domingo, 20 de março de 2011

Pipi ou Erva da Guiné

Revista de Medicina e Farmácia 1925 – Rodolpho Albino Dias da Silva

Petiveria tetrandra Gomes.

A parte mais ativa desta planta é a raiz, sabemos que o povo também usa as folhas, que possuem um aroma fracamente aliáceo, que comunica ao leite das cabras, quando comida por elas;

Nas raízes Theodoro e Gustavo Peckolt acharam óleo essencial, um principio ativo que nomearam de Pitiverina e um ácido resinoso.

O óleo essencial é de cor amarelada, de sabor fortemente acre e picante e de Roma particular, canforaceo, e não contem enxofre.

A petiverina é uma substância amorfaGuine amarelada, pulverulenta, inodora, de sabor fortemente amargo, picante; é solúvel no ater, no álcool, na água acidula e pouco solúvel na água fervente. Seu soluto precipita pelos cloretos de platina de ouro e pelo ácido tânico.

Pode ser obtida, segundo seus descobridores, tratando-se o extrato alcoólico da raiz pela água fervente, filtrando-se, eliminando-se o excesso de chumbo do filtrado pelo hidrogênio sulfuretado, filtrando-se novamente e evaporando-se até consistência xaroposa. Trata-se então o líquido xaroposo e pelo álcool absoluto, separa-se este, destila-se e vascoleja-se o resíduo xaroposo com éter, evapora-se o soluto etéreo espontaneamente e purifica-se o resíduo dissolvendo-o repetidas vezes no éter.

O ácido resinoso tem consistência de terebintina, cor pardacenta, sabor picante e aroma fortemente canforaceo e um tanto aliáceo, da raiz fresca.

Propriedades Terapêuticas

A raiz de Guiné é empregada como estimulante na paralisia, sudorífera e alexifera. Em altas doses é abortiva. É toxica, provoca envenenamento quando ministrado em pequena doses.

sábado, 12 de março de 2011

Hovenia Dulcis, Thunb

 

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa, Revista da Flora Medicinal

Caju Japonês, Unha de macaco, Caju do Mato groso e Caju do Para, Uva Ursina

È planta exótica, originaria da China, Japão e Nepal, hoje perfeitamente aclimatada no Brasil, onde foi introduzida em 1908 por ocasião da Exposição Nacional do Rio de janeiro pelo cônsul grego Ottonn Leonardo. Hoveniadulcis

Rica em sacarose. Por isso seu pedúnculo é muito apreciado pelas crianças.

Além de seu uso para fins alimentares dos pedúnculos, são eles empregados para extração de suco cuja fermentação alcoólica produz um vinho bastante apreciado. Caminhoá, diz serem ainda empregados em medicina como ante-asmáticos, os pedúnculos ou eixos florais hipertrofiados. A casca desta árvore é usada nos países de origem no tratamento das afecções intestinais. Seria interessante que se fizessem estudos a respeito de eu emprego como sucedâneo da cascara sagrada e da casca de frangula, dada a facilidade de aclimatação desta planta entre nós, teríamos assim, um sucedâneo daquelas drogas. A madeira é usada na construção.

terça-feira, 8 de março de 2011

Sapucainha

Rodolpho Albino Dias da Silva

O povo emprega a polpa do fruto de Sapucainha como peitoral, e os frutos verdes contusos são usados em lavagens para matar insetos nos animais.

As sementes reduzidas a pasta são empregadas externamente contra diversas afecções da pele; o óleo, que delas se extraem, é também muito usado vantajosamente para os mesmos fins.

Dada a identidade da composição química do óleo de sapucainha como o de chaulmoogra, a sua ação terapêutica, logicamente só pode ser a mesma.

Sua ação específica contra o bacilo da lepra realiza-se a custa dos seus ácidos graxos não saturados, isto é, dos ácidos chaulmoogrico e hydnocarpico.Sapucainha

Essa ação, em sua complexidade pode ser desdobrada em três propriedades: ação especifica direta; ação estimulante das lipases sanguíneas; ação imunizantes secundaria, pelo maior poder antigênico dos germes particularmente privado de sua substância céreo-gordurosa protetora.

Formas Farmacêuticas

O óleo de sapucainha em natureza, como o de chaulmoogra, é mal tolerado pelas vias digestivas, provocando frequentemente anorexia, dores gástricas, náuseas e vômitos.

As injeções intramusculares também não são bem toleradas e as endovenosas ocasionam, as vezes, reações de certa gravidade, como acessos de tosse, opressão  respiratória, com acentuada dispneia e cianose, e no fim de algumas horas forte reação térmica.

Os ácidos graxos livres também tem sido empregados por via oral, na dose de 0,5 a 1gr em pílulas. Melhor tolerados são os sais sódicos, (sabões) desses ácidos, por via gástrica, na dose de 0,5 a 1,5grs, em pílulas, comprimidos ou capsulas gelatinosas. Esses sabões também são empregados por via endovenosa em soluto a 3% de citrato de sódio, em injeções espaçadas de 3 a 5 dias, começando-se com 0,2cc. e aumentando-se lenta e progressivamente até a dose máxima de 5 cc.

As injeções intramusculares dos sabões sódicos são dolorosas,provocam empastamento muscular e são de efeitos muito mais lentos do que as injeções endovenosas.

O sabão de cobre dos ácidos totais da sapucainha (Carpotrochato cuprico), preparado pelo farmacêutico Paulo Seabra, em hidrosol coloidal foi empregado por Belmiro Valverde, sendo os seus resultados clínicos confirmados pelas observações do professor Fernando Terra.

A forma mais ativa, porém, é melhor tolerada, são os ésteres etílicos dos ácidos graxos, os quais foram pela primeira vez preparados, entre nós.