Já se vão séculos que a babosa é cultivada em quase todos os jardins do Brasil. Nos escritos de Vicente Yanes Pison e do holandês Margrave em seus livros fornecem noticias desta planta.
Tem folhas grossas, carnosas, de 20-50cm de comprimento sobre 8 de largura, firmes, quebradiça, terminadas na parte superior por uma ponta com as bordas cheias de pequenos espinhos dispostos de maneira dos dentes de uma serra; flores tubuladas de cor amarela, dispostas em espigas sobre um longo pedúnculo que parte do centro das folhas.
As folhas tem, na sua parte interna, uma polpa mucilaginosa inerte, apresentando na parte externa vasos próprios cheios de um suco amargo, que, depois de evaporado a consistência de extrato, constituem o produto usado na terapêutica soba denominação de Aloés.
Os processos empregados para a obtenção do Aloés são variáveis. Alguns usam corta as folhas carnosas pela base, dependurá-las sobre uma cuba, de maneira que esta receba o suco que escorre da incisão, evaporando-o depois ao sol ou ao fogo; outros contundem as folhas, expremem-nas e, pelo repouso, separam o suco que é evaporado a consistência necessária, ou então cortão as folhas em pequenos pedaços, mergulhando-os durante dez minutos em água fervendo, substituindo-os por outros pedaços até que o liquido fique bem carregado; deixam esse líquido, arrefecer e ficar em repouso durante algumas horas, e finalmente, separam por decantação o liquido, que é evaporado a fogo brando até a consistência de extrato mole e derramado em vasos apropriados, onde permanece até completa dissecação.
O primeiro processo dá um produto mais puro, porém menos rendoso.
Conforme o processo empregado para sua extração, assim varia a coloração e opacidade do aloés, sendo geralmente frágil, quebradiço, translucido ou opaco, de cor castanha preta ou chocolate, de sabor muito amargo, aroma particular e dando pela pulverização um pó amarelado.
O aloés translucido, solido ou mole, de cor avermelhada, de aroma não desagradável, é o que é conhecido por Aloés socotrino, ou Aloés lucido; sendo da cor do fígado opaco, é denominado aloés hepático, e o que se apresenta em massa de cor preta, de aromas nauseoso, de sabor desagradável, contendo diversas impurezas, é chamado: Aloés caballino (de cavalo) pelo uso que deles fazem estes animais.
O aloés puro é solúvel no álcool e na água fervendo, insolúvel no clorofórmio, no sulfureto de carbono e no éter.
A composição química do aloés é um tanto variável, conforme a sua proveniência; o aroma que ele possui é devido a um óleo especial de cor amarelada.
As folhas da babosa são usadas, quando frescas e contusas, como emolientes e resolutiva.
A parte interna carnosa das folhas é separada, lavada, cortada sob a forma de supositórios e aplicada como calmante contra os acessos hemorroidários.
As folhas secas, em cozimento, são usadas como emolientes e a parte mucilaginosa das frescas é aplicada topicamente para evitar a queda dos cabelos. São também usadas para desmamar as crianças, aplicando o suco topicamente nos bicos dos seios, dando mais um forte amargo.
Contusas e fervidas as folhas frescas com óleo de amêndoas até completo desaparecimento de toda umidade, é obtido, depois de filtrado e aromatizado com diversas essências, o produto chamado “óleo de babosa”, muito afamado para evitar a queda dos cabelos e ajudar o seu crescimento.
O suco seco, ou em extrato mole (aloés), é usado internamente contra as dispepsias, nos estados congestivos do fígado, nas hidropisias, nas hemorróidas, nas diversas moléstias da pele, como anthelmintico.
A palavra babosa resulta da semelhança que há entre entre o suco mucilaginoso exsudado da planta por incisão e o produto da secreção salivar, quando excessivamente espesso (baba), principalmente em certas espécies de animais.