segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tephrosia cinérea. Pers, tóxica para os peixes

Tephrosia-cinerea

É uma planta rasteira de 60cm a 1m de altura, com os ramos cobertos de pelos acinzentados; as suas flores são de cor violácea e o fruto é uma vagem de 4 a 6cm de comprimento sobre 2cm de largura. A casca do rizoma é lenhosa e possui as mesmas propriedades e tem os mesmos usos que as raízes de Thephrosia toxicara: seu nome vulgar é Tingui rasteiro ou Timbó.

Em São Paulo, denomina-se Tingui ou timbó á Thephrosia rufescens de Benthan.

Ainda pertencente a esta família , temos o Guaraná-Timbó ou Timbó, que é a Comptosema pinnatum de Benthan, planta arbustiva de 1 a 3 m de altura, pouco ramosa, de folhas alternas, pecíolo comum, de 10 a 20 cm de comprimento, tendo 7 folíolos ovais oblongos, agudos, com 15cm, mais ou menos cada um, sobre 3 ½ de largura. As suas flores são de bela cor rósea e o seu fruto é uma vagem de 15cm, mais ou menos de comprimento, sobe 4cm de largura. Este Timbó é encontrado geralmente nas proximidades dos rios, particularmente no Estado de Minas Gerais.

Esta Camptosema, corresponde a Piscidia erytrina de Vellozo, que é o Timbó de raiz , Timbó boticário ou Guaraná-Timbó, por corruptela de Uaraná ou Guaraná cujo nome vulgar corresponde, á afamada Paulinia cupana de Kunth.

Casca da raiz da nossa Comptosema é considerada toxica, principalmente para os peixes e quando esmagadas e batidas na água.

Esta mesma casca quando fresca é usada para curar a sarna e matar a bicheira dos animais. É na família das Sapindaceas que se encontra o maior numero de plantas para envenenar peixes e quase todas com os mesmo nomes vulgares das plantas da família das Leguminosas já mencionadas, sendo que a maioria destas plantas são trepadeiras e, algumas, até, formando cipós de grande grossura.

O timbó peixe ou Tingui e a Serjania cuspidada Camb. Ou Paulinia guarumina Vellozo, trepadeiras de ramos pubescentes, com pecíolo de três folhas, bastante vulgar nos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas e Minas Gerais.

A planta fresca, esmagada, é utilizada para a pesca em lagoas ou águas de pouca correnteza.

Esta planta analisada por Gustavo Peckolt encontrou em 1000grs de folhas frescas:

Óleo essencial 1,013grs

Ichthyotonina 0,010grs

Ácido serjanico 0,053grs

O óleo essencial possui um aroma particularmente agradável muito parecido com uma mistura de essência de arruda e de salvia. A sua densidade é de 15ºC 0,918. O princípio que denominamos Ichthyotonina é um álcali orgânico volátil, muito parecido com a Conicina da Cicuta virosa; ele tem aparecia de um óleo, é de cor amarelada e o seu sabor é acre desagradável e de aroma viroso, um tanto semelhante ao do fumo.

Foi obtido pela destilação das folhas frescas com potassa caustica em solução diluída, segundo o processo usado para a obtenção da Conicina. Este principio orgânico volátil paralisa os músculos respiratórios, o coração e o diafragma e dai a morte asfixia. A Ichthyotonina produz efeitos tóxicos por simples inspiração e em contato com os ácidos formam sais cristalizáveis. Assim como esta Serjania, temos muitas outras igualmente usadas e para os mesmos fins que aquela e dentre as quais mencionaremos a Serjania ichthyoctoma Radik, bastante comum nas matas do Rio de Janeiro; esta planta muito tóxica para os peixes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário