Na metade do século XVIII, uns quantos pesquisadores europeus começaram a prestar a atenção na Cinchona. Muito interessante para a ciência saber o que continha em tal casca: Já os homens simples pratica só procuravam um meio de distinguir entre a Cinchona pura e a adulterada.
Vieram numerosas alegações, da Suécia, da França, da Alemanha,de Portugal, Rússia Escócia, sobre o encontro do princípio essencial da Cinchona. Em Paris, um Armand Seuin, negocista e falsificador de drogas já com uma estada na prisão, anunciou a notável e falsa descoberta de que a boa casca de Ccinchona era rica em gelatina… “É nessa gelatina que está o princípio ativo da casca. É a gelatina que cura a malária!” Mas a gelatina não cura coisa nenhuma, como o próprio Seguin o verificou e também os pobres médicos que a seu conselho se puseram a tratar os maláricos com produtos gelatinosos.
Depois veio o famoso Antonie François Fourcroy, o professor francês que ou sobreexcedia os seus competidores ou mandava-os para a guilhotina. Fourcroy produziu uma serie de manipulações químicas e afinal apresentou uma substancia parda, sem sabor nem cheiro, á qual deu o nome de “chinchona vermelha”. Ao contrário do que alegava, esse produto não exercia efeito nenhum na malária. Apesar disso Fourcroy chegou á beira do triunfo. “Estas pesquisas”, concluiu ele, “conduzirão sem dúvidas, á descoberta de substancias antimaláricas”.
Se ele tivesse insistido na busca, um dia mais, talvez ele próprio tivesse feito a estupenda descoberta. Isso, entretanto, estava destinado de outra maneira, iria caber a dois jovens químicos de Paris, Pierre Joseph Pelletier, rapaz de 29 anos, filho de um farmacêutico e já professor na Escola de Farmácia, e Joseph Bienaimé Caventou, um lépido estudante de farmácia então com 24 anos.
Reuniram-se pela primeira vez em 1817 ano em que apareceu o relatório das descobertas do Sertuerner sobre a morfina. Nunca um relatório foi devorado com maior avidez!
- O método deste homem é admirável, disse Pelletier.
É simples e eficientíssimo. Se por este processo ele encontrou a morfina no ópio, talvez possamos encontrar outros princípios ativos em outras plantas.
E começaram os estudos coma ipeca, um novo emético vindo da América do Sul, boa para a disenteria, e disso saiu a emetina. Depois se voltaram para a venenosa strychnos ou a noz vômica e dessa planta extraíram um poderoso veneno que causava a morte depois de convulsões, espasmos, espuma na boca e terrível rictus sardonico ( o “riso sardonico provem da Sardenha, a pátria da strychnos). Pelletier e Caventou pensaram em dar ao novo produto o nome de “vauqueline”, em honra a um grande amigo, Monsieur Vauquelin; mas foram aconselhados a desistirem da idéia. Vauquelin podia não gostar de ver o seu nome ligado a um tão cruel veneno, e o nome adotado foi o de strychnine, ou estriquinina.
As experiências de laboratório mostravam que tanto a emetina como a estriquinina assemelhavam-se a morfina de Stuerner. Atuavam como álcalis, reagiam como álcalis tinham todas as propriedades dos álcalis, embora não tivessem a formula dos álcalis.
- Na Alemanha o químico Meissner, descobriu toda uma nova família de produtos químicos. Todos provenientes de plantas, são orgânicos, mas pelas suas semelhanças com os álcalis podem ser chamados alcalóides.(1)
(1)Silverman, Milton - “Mágica em Garrafas” A historia dos grandes medicamentos.
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